Estamos vivenciando no Brasil uma epidemia de zika, doença da mesma família que a dengue, desde a metade do ano. Trata-se de um vírus descoberto em 1947 transmitido pelo mosquito Aedes aegypti – o mesmo que transmite a dengue – e que provoca sintomas parecidos como febre, dor de cabeça e no corpo e manchas avermelhadas, podendo também ser assintomático, causar problemas leves ou graves, assim como a “doença-prima”. O governo brasileiro confirmou na semana passada a relação entre o vírus zika e a microcefalia, uma infecção que provoca má-formação do cérebro de bebês, notícia que pegou o país de surpresa e deixou todos em estado de alerta em relação ao mosquito.
Se antes o grande aumento dos casos de dengue no verão já era preocupante, agora a situação exige ainda maior colaboração de toda a população no combate ao Aedes aegypti. E para combatê-lo devemos começar na nossa própria casa. A principal ação de prevenção dessas doenças é evitar o nascimento do mosquito, já que não existem vacinas ou medicamentos que combatam a contaminação e basta água parada para que ele se reproduza. A recomendação é dedicar um dia da semana para verificar e eliminar todos os focos do Aedes aegypti, fazendo uma limpeza geral em sua residência e impedindo a sua reprodução. Veja algumas dicas de como realizar essa limpeza:
No seu pátio ou área externa:
– Verificar os vasos de plantas: os pratinhos não podem contar água parada, deixe-os sempre secos ou cubra-os com areia. Passe esponja para limpar os ovos que ficarem aderidos, pois eles se prendem nas superfícies próximas e podem sobreviver até mais de um ano secos.
– Bromélias e outras plantas que podem acumular água: revise semanalmente e remova a água, sempre que possível. Se estiverem em vasos vire de cabeça para baixo, nas plantas no solo, dê um jato de água nas folhas para remover larvas que tenham se desenvolvido nos encaixes.
– Caixas d’água, tonéis ou recipientes para armazenamento de água da chuva: devem ser limpas constantemente e mantidas sempre fechadas sem frestas ou colocar tela milimétrica para cobrir, inclusive no ladrão.
– Recolha o material que poderá ser descartado: latinhas, vidros, garrafas PET, copos devem ser armazenados em locais cobertos e sempre de cabeça para baixo. Se não forem usados devem ser embrulhados em sacos plásticos para a coleta seletiva de lixo.
– Tratar a água das piscinas: com cloro sempre na quantidade recomendada. Piscinas não utilizadas devem ser desativadas, com a retirada total da água e permanecerem sempre secas.
– Não descartar lixo em terrenos baldios ou a céu aberto: e não deixar lixeiras sem tampas.
– Vedar com cimento os cacos de vidro que podem acumular água nos muros.
Na sua casa:
– Evitar entupimentos de calhas: veja se a calha está desimpedida, remova folhas e outros materiais que possam impedir o escoamento adequado da água;
– Limpar as bandejas externas das geladeiras e ar-condicionado.
– Lavar semanalmente as vasilhas de alimentação de animais: com bucha, sabão e água corrente.
– Verificar ralos: nos internos do imóvel, colocar tampas abre-fecha. Nos externos adicionar semanalmente água sanitária ou aplicar tela milimétrica na tampa, vistoriando semanalmente as condições;
Cuidados especiais:
– Pneus: manter em local coberto ou caso os utilize na área externa fazer furos grandes para evitar o acúmulo de água. Também é recomendado colocar areia em volume suficiente para evitar a formação de uma lâmina d’água.
– Banheiros externos e áreas sem uso: manter vasos sanitários tampados e colocar tela milimétrica nos ralos.
– Para matar as larvas: derrame a água na terra ou na grama e elas morrerão, pois não sobrevivem fora d’água. Mas não se esqueça de lavar com sabão e esponja o recipiente, para acabar com os ovos. Eles podem ficar até 500 dias em ambiente seco antes de eclodirem, o que só acontecerá em contato com a água.
Caso encontre uma situação que não saiba como lidar ou para denunciar focos do mosquito avise imediatamente um agente público de saúde.
Para solicitar visita dos agentes confira os canais disponíveis em cada cidade:
Vitória: ligue para o Fala Vitória 156 de segunda a domingo, das 6 horas à meia-noite, incluindo feriados.
Serra: o cidadão deverá entrar em contato com a Vigilância Ambiental em Saúde através do telefone 3228-5394 de segunda a sexta-feira, das 08 às 17 horas.
Aracruz: o agendamento da visita pode ser feito através do site, neste formulário eletrônico ou pelo telefone do Centro de Controle de Zoonoses 3296-1365.
Linhares: o morador pode entrar em contato com o Centro de Controle de Zoonoses pelo telefone (27) 3372-2181.
Nova Venécia: o setor responsável no atendimento é o de Vigilância Epidemiológica e Vigilância em Saúde, no telefone 3752- 6873.